Duas Coreias, invasões urbanas e juros na Argentina. E?

José Eduardo Agualusa (Foto: RFI)


Neste dia 5 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Língua Portuguesa. Para homenagear nossa língua, quero destacar três grandes escritores em Português que não são nem de Portugal, nem do Brasil. Pepetela e José Eduardo Agualusa, de Angola, e Mia Couto, de Moçambique. Aos três grandes, nosso abraço e a dica para que os leiam.

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Nos últimos dias, boa parte do mundo voltou suas atenções para a fronteira das Coreias do Sul e do Norte, no encontro histórico entre os presidentes dos dois países. Os dois estados estão tecnicamente em guerra desde a década de 1950. Com o encontro deste abril, as duas Coreais suspenderam o estado de guerra e declararam a paz. O cessar-fogo deu lugar a um armistício. Um bom exemplo de civilidade que aumenta a crença no projeto humano. O aperto de mãos entre os dois presidentes coreanos, do Norte e do Sul, trouxe esperança de desnuclearização da península coreana. Ainda há muito o que percorrer no caminho tortuoso que rege a política na ditadura comunista do Norte. Mas há esperança.

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Eleito com o apoio do mercado e da maior parte do eleitoral argentino há dois anos, o presidente argentino Mauricio Macri está em maus lençóis. Com a inflação fora de controle - coisa de 22% em 2017 - e sem sinais de que vá se comportar, Macri aumentou os juros básicos da economia argentina para 40%. Os maiores do mundo. Tudo para tentar conter o dragão, pois não há sinais de que vai haver uma queda nos gastos públicos no país vizinho.
A notícia menos ruim é que, por enquanto, não há sinais de que o galope da inflação na Argentina possa contaminar a economia brasileira.

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O Brasil ficou triste com o incêndio e o posterior desabamento do edifício invadido por moradores sem-teto em São Paulo. A cena foi triste, dramatizada com o flagrante do quase salvamento de um dos invasores, que acabou tombando junto com o prédio em chamas.
O que fica de lição do episódio (são várias, mas decidi por uma) é que os movimentos ditos sociais pela "luta" pela moradia, não passam de quadrilhas especializadas em ludibriar pobres-coitados com a ilusão de que vão "ganhar uma casa". Logo após as invasões, os líderes dessas quadrilhas de invasores cobram taxas de aluguel dos moradores-invasores. Além disso, usam o pessoal como massa de manobra que é obrigada a seguir e repetir uma cartilha da "luta", não aceitar a ir para abrigos da prefeitura e ainda participar de manifestações de todo tipo. Desde os "fora-temer" até atos pró-lula.

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Lula está preso há um mês na sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. Neste mês, ficou claro que a esquerda brasileira mentiu - mais uma vez - à nação. Lula, o ex-presidente brasileiro condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, está preso e nenhuma cidade brasileira registrou sublevação ou caos. A esquerda disse que, caso Lula fosse preso, o caos se instalaria no Brasil. Lula está preso, o PT no seu estertor e o Brasil continua seguindo a vida.

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