Canoas e a saúde: do limão à limonada

Luiz Carlos Busato, prefeito de Canoas (Foto: AsCom/Canoas)



Mesmo com muito dinheiro, com ingressos mensais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), entre outras receitas que garantem um fabuloso orçamento de mais de R$ 2 bilhões anuais, Canoas se viu muito mal no final do ano de 2018. A Justiça havia acatado pedido do Ministério Público fazer uma limpa na área da saúde da cidade, mais especificamente no contrato de gestão entre o município e o Grupo Gamp, assinado ainda no final de 2016. O contrato havia sido assinado pelo prefeito Jairo Jorge, do PT, que não conseguira fazer sua sucessora. Um contrato com uma multa rescisória bilionária, que trazia em seu bojo o atendimento a pacientes de mais de 150 municípios gaúchos. Uma completa viagem administrativa, pensada pelo prefeito petista como um megalômano sonho de ser conhecido como um grande gestor em saúde.

A limpa pedida pelo Ministério Público gaúcho resultou em secretário municipal de saúde da gestão petista preso, secretários e diretores afastados e a intervenção em todos os serviços no âmbito do contrato com a Gamp. Só em funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares e serventes, o número chegava a mais de 3.500 pessoas.

Foi a tempestade perfeita. 

Desde então, a administração vem tentando, buscar uma nova narrativa para o governo e para seus esforços. 

A intervenção do município na empresa Gamp já tem dado resultados. Houve uma depuração de todos os indicadores e números do atendimento no Hospital Universitário, do Hospital de Pronto-Socorro, quatro Centros de Atendimento Psicossocial e da Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Rio Branco. Em todos os casos, houve melhorias no atendimento a partir da identificação de onde o dinheiro não era bem administrado. Há oportunidades de receita, oportunidades de economia e novas possibilidades para ampliar o atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde e também de entrada de dinheiro com atendimentos particulares e de convênios.

Busato, arquiteto de formação, empresário da construção civil, vereador e deputado federal por três mandatos, sabe que o baque da ação da Justiça no final de 2018 foi grande. Mas está conseguindo dar a volta por cima. Com esforço diuturno para melhorar a área da saúde, consegue - aos poucos - neutralizar a grande confusão sanitária causada pelo seu antecessor, o petista Jairo Jorge, ao assinar o megalômano contrato com a Gamp.

Agora, o prefeito quer buscar as melhorias na saúde com a mesma eficiência com que vem conseguindo bons resultados na área da segurança pública. Canoas vem registrando números cada vez melhores de diminuição de todos os indicadores de violência. 

Canoas poderá, com alguns ajustes aqui e ali, transformar o grande e azedo limão do estranho contrato na área da saúde e uma deliciosa e refrescante limonada da boa gestão e da administração de crises. 

Com tudo isso, Busato surge neste primeiro semestre de 2019 como um forte candidato à reeleição. Caso consiga mostrar à população que seu antecessor quis dar o "passo maior que a perna" ao elaborar um contrato de saúde para atender pacientes de mais de 150 municípios, o arquiteto de 70 anos poderá fazer história como um político que nunca perdeu uma eleição. 

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