Parcerias comerciais com a China. Queira ou não, você ainda vai fazer parte de uma

 

Jack Ma, bilionário chinês, dono do Ali Baba (Forbes)

Na onda do Corona Vírus, a Covid-19 e as rusgas diplomáticas entre o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro e a Embaixada da China, o certo é que o gigante asiático aumenta sua presença na economia brasileira. Ano após ano, o capital chinês vai sendo investido em diversos setores da produção e dos serviços no Brasil. Em alguns casos, de forma acelerada. Na energia elétrica, por exemplo, a gigante State Grid é a principal acionista da CPFL Energia. A empresa, no Brasil, tem sob sua responsabilidade a presença em 15 estados, com mais de USD 15 bilhões investidos no país.

E isso pode ser o início de grandes oportunidades de negócios para os brasileiros.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a CPFL detém o controle da RGE Sul, a empresa privada que distribui energia na maior parte do estado. Cidades com produção industrial importante, como Caxias do Sul, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo estão sob o guarda-chuva da mão chinesa na distribuição da energia elétrica. E isso tem sido bom. Não há, nos últimos anos, grandes problemas como instabilidade na oferta de serviço, dificuldades no restabelecimento de quedas eventuais, entre outros problemas ligados ao setor. 

Os chineses estão presentes em diversos setores da economia brasileira. E isso é fundamental para quem quer aumentar suas oportunidades de negócios no Brasil.

No setor bancário, os chineses hoje já estão presentes no Brasil com, pelo menos, cinco grandes bancos do país asiático. Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), Bank of China, Haitong, China Construction Bank (CCB) e Bank of Communications (BoCom) já têm operações consolidadas no Brasil. A maior parte destas operações são financiamentos de exportação e importação e fomento a obras de infraestrutura. Sua presença no bolo total de ativos bancários no Brasil ainda é pequena, não chegando a 1%.

Mapa de atuação da CPFL em São Paulo e no Rio Grande do Sul (CPFL)


O apetite por investimentos da parte dos chineses não fica restrito aos países emergentes, como Brasil, Argentina, Grécia, Geórgia e México, entre outros. Os Estados Unidos, berço do capitalismo moderno e ainda hoje a maior economia do mundo, registra várias compras de participações em empresas nacionais feitas com o capital chinês.

São vários exemplos, alguns emblemáticos, de empresas norte-americanas que tiveram seu controle, ou participação minoritária relevante, transferidos para firmas chinesas. General Eletric, AMC Cinemas, Waldorf Astoria Hotel, GM, Tesla, Spotify, Microsoft, WeWork, Uber, Warner Music, entre tantas outras, são exemplos de marcas americanas que têm investidores chineses.

Exeed, marca chinesa de alto padrão que a brasileira Caoa quer montar no Brasil (Exeed)

Os americanos, sem levar a política aos negócios, estão tendo ótima relações comerciais com os chineses e vice-versa.

Os brasileiros também podem. E podem muito mais do que uma relação onde haja simplesmente uma exportação de commodities agrícolas e minerais e importação de manufaturados. Há um campo enorme de possibilidades entre as economias dos dois países.

Comentários