A culpa não é da mídia, nem da sociedade

 



A culpa pelo massacre da escola em Blumenau, linda cidade de Santa Catarina, não é de ninguém além do matador. Não é de ninguém além do desqualificado de 25 anos que entrou na creche com uma machadinha e uma faca disposto a fazer o mal. A culpa é só dele. Não adianta querer colocar a culpa na sociedade, nos pais, na comunidade, na sociedade em geral, na mídia... Não. A culpa é unicamente dele, o assassino que premeditou o ato, foi lá e matou as crianças.

A culpa não é da mídia, como tem muito oportunista querendo aparecer e buscando um jeito de colocar a motivação na conta das redes sociais. Não, gente amiga. Não há nada nas redes sociais que possa justificar o ato o assassino de Blumenau. Ele quis fazer o mal, se armou de machadinha e faca e procurou a escola. E estava bem ciente do estrago que estava fazendo. E da covardia do seu ato. Como as redes sociais não perdoam, tem muita gente dizendo que ele - caso fosse mesmo um maluco em surto - poderia entrar em um quartel da Polícia Militar. Ou mesmo em uma boca de fumo. Não. Ele entrou em uma escola. 

Covardemente.

Na esteira do oportunismo tem até mesmo grandes empresas de comunicação anunciando que "vão mudar a política de divulgação de massacres". Como se fossem as únicas responsáveis pela divulgação. Grande bobagem. Já há quem discuta os tais estudos que dizem que a divulgação pela grande mídia "idolatraria" o autor dos massacres. Ocorre que a grande mídia perdeu o monopólio da informação há, pelo menos, uns doze anos. Hoje, as redes sociais são mais ágeis para informar o que acontece. 

No massacre de Blumenau, os perfis tipo "tal cidade 24h", "tal cidade mil graus", entre outros do gênero, foram muito mais ágeis em dizer o que estava acontecendo na escola. Pelo menos uns 40 minutos adiantados em relação aos meios de comunicação mais tradicionais. 

A divulgação vai continuar ocorrendo, queiram os meios de comunicação ou não. 

O que vai parar os massacres é uma punição exemplar. Sem o prende-solta do qual estamos acostumados. É bom lembrar que o assassino de Blumenau já havia sido presou três ou quatro vezes. Sendo solto em seguida. 

Não é preciso regulamentar nada, gente amiga. É muito perigoso, inclusive, tomarmos alguma ação restritiva no fluxo de informações no calor do debate. 

Não é regulamentando quem escreve, fala ou grava vídeo que o crime vai parar. Não é regulamentando as redes sociais, da mesma forma. 

É fazendo justiça, com as leis que já temos no Brasil.

A culpa não é da mídia. Não é da sociedade. É do assassino e de ninguém mais. (Miguelito Medeiros, consultor de marketing, comunicação e política)

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