Polêmica nas redes sociais e assuntos entre o pessoal que
faz política no Brasil nos últimos dias, a regulamentação dos químicos usados
nas lavouras pode ser uma ótima oportunidade para melhorarmos ainda mais a
nossa economia no campo. O Brasil não é o país que, proporcionalmente, mais usa
os químicos no campo. Estamos em sexto ou sétimo lugar. Claro, com a nossa
enorme extensão de terras agricultáveis, acabamos por ser o país que mais usa.
Mas o uso é bem espalhado por este Brasilzão a fora. A oportunidade para o
debate é que o uso dos químicos na lavoura tem barateado e aumentado a nossa
produtividade. Mais e mais alimentos chegam, mais baratos, à mesa de mais
gente. E muitos pobres têm acesso a estes grãos, frutas e verduras. Disso não
há o que discordar. O uso de alimentos orgânicos, ou que crescem sem o uso de
químicos, é insuficiente para alimentar todo mundo. O quilo do tomate orgânico
chega a ser oito vezes mais caro que o tomate cultivado com o uso de químicos.
Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França e Itália consomem, proporcionamente, muito mais defensivos agrícolas que o Brasil
A produção de alimentos orgânicos, por mais propaganda
descolada e bacaninha que possa receber, ainda é muito complicada. Há um
descarte imenso de alimentos, especialmente na fruticultura, para apresentar ao
consumidor final as frutas com aparência bonita. Com a irregularidade da
plantação, há muitas frutas e verduras que fogem do padrão visual da boa compra
na gôndola do supermercado ou na banca da feira.
O uso de químicos na lavoura faz bem à humanidade. Nunca
tivemos tanta oferta de comida no mundo. E a indústria de químicos evolui a
cada ano para entregar mais e mais produtos mais eficientes e precisos nas suas
funções. Ficar dizendo que o governo brasileiro está incentivando e liberando o
uso de veneno na produção é de uma enganação perversa. Ninguém, em nenhum
governo democrático, quer matar pessoas. Os governos querem, isso sim, o
aumento da produção de alimentos para o maior número de habitantes.
Embraer x Boeing
A Embraer está se unindo à fabricante de aviões Boeing. Pelo
tamanho, pela liquidez e pelo poder de caixa, a Boeing está levando a Embraer.
Por isso, neste início de mês de julho, muita gente no Brasil fica dizendo que
os “americanos engoliram a Embraer, orgulho brasileiro”. Pois, bem. A Embraer
continua sendo um orgulho brasileiro. Mas a Boeing é mais competente no quesito
força de venda mundial. Eles, da Boeing, viram na Embraer uma oportunidade de
entrar no mercado de aeronaves médias, de 100 passageiros, para a aviação
regional. A Airbus, o consórcio europeu, nessa mesma lógica “está engolindo” a
canadense Bombardier.
Para quem fica reclamando e fazendo coro ao complexo de
vira-latas, fica o conselho para que possamos ter uma outra empresa
aeronáutica. Com incentivos de brasileiros comprando coisas de brasileiros. É
assim que as coisas andam.
Há uns dez anos, os brasileiros saíram comprando coisas
ícones de economias desenvolvidas. Foi assim com a Budweiser, a Stela Artois, o
Burger King e o catchup Heinz. Tem choro no início. Mas, no final, a fica a
certeza de que é bom estar em uma economia em que uns compram dos outros. É
assim que funciona o mercado e é assim que o mundo evolui.
Faça parte da evolução.
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