Avião ATR turbo-hélice da Avianca na Argentina que faz voos regionais. Empresa estuda fazer voos regionais no Brasil (Foto: airway.com.br) |
Costumo
andar de trem de três a quatro vezes por semana. De seis a oito viagens, entre
Canoas e Porto Alegre, usando as estações Mercado, Farrapos, Anchieta e Canoas.
Dá pra ver muita coisa nessas viagens, que não duram mais que vinte minutos.
Mas, são um retrato bem interessante do que as pessoas na rua estão pensando,
usando, ouvindo e conversando.
Na
estação Mercado, há um quiosque da companhia aérea Gol. O balcão, com duas
atendentes, fica próximo ao guichê da venda de passagens do trem. Muitas vezes,
quem está na fila para o bilhete do trem fica na frente do quiosque da aérea. E
dá para ouvir perfeitamente os pedaços das conversas entre os atendentes e a
clientela. Dia desses, ouvi um casal negociando uma passagem para algum lugar
do Brasil. Ida e volta, a passagem custaria R$ 810,00 para cada um dos dois. A
viagem para o casal sairia por R$ 1.620,00. Os dois, com jeito de pertencer às
camadas de menor renda mensal, se olharam por uns segundos, antes que o homem
perguntasse: “faz em até quantas no cartão sem juros?”
“Dez”,
respondeu a sorridente vendedora. O casal trocou um olhar de alegria,
cumplicidade e alívio.
Peguei
meu cartão no guichê, passei a catraca e caminhei até a plataforma de embarque.
O
mercado aéreo no Brasil poderia ser muito mais amplo, mais acessível e
facilitado. No entanto, não é. Mesmo assim, está em crescimento.
Independentemente da propaganda petista, que diz que muita gente andou de avião
no seu governo. Andou, ora. Mas não teve nada a ver com o governo petista. As
pessoas andaram e continuam a andar de avião no Brasil.
E ninguém se importa
com quem está entrando no avião para viajar junto.
A
propaganda petista é enganosa, pois, atualmente, anda-se mais de avião do que
há 15 anos. Apesar da narrativa do PT em dizer que “pobre só andou de avião no
nosso governo”. Menos, ok. Mais pobres poderiam ter andado de avião se Dilma
Rousseff tivesse incentivado a diminuição do ICMS nos estados para o
combustível de aviação e fortalecesse a aviação regional. Não fez nenhuma
coisa, nem outra.
O
segmento de transporte aéreo de passageiros no Brasil está entre os cinco
maiores do mundo. Nos últimos dez anos, consolidou-se no topo ocupando o
terceiro lugar, atrás de Estados Unidos e China. Em um ano, no período de julho
de 2017 a julho de 2018, o mercado aéreo de passageiros no Brasil chegou à
marca de 100,7 milhões de pessoas transportadas (MTur, 2018). Neste ambiente estão
as grandes empresas, como Latam, Gol, Azul e Avianca, e também as menores, como
Passaredo, Map e a ainda sem nome regional da Avianca, que deverá operar no
Brasil a partir de 2019, além do transporte não regular, realizado por empresas
de táxi aéreo e fretamento de aeronaves.
No
último período avaliado pela Revista Aeroflap (aeroflap.com.br), o primeiro
semestre de 2018 registrou crescimento no volume de pessoas transportadas entre
as cinco maiores empresas aéreas brasileiras.
Voltando
à narrativa do PT, que diz que é bom nisso, bom naquilo e tal... O
PT no governo foi um desastre para o transporte público. Não incentiva as
parcerias público-privadas, não incentiva a privatização de modais e nem
incentiva a vinda de empresas estrangeiras para o Brasil. Quando inventa de
enfiar a mão, faz errado. Os trens que transportarm 180 mil gaúchos todos os
dias foram administrados pelo PT entre 2003 e 2016. Neste período, a empresa
comprou 15 novos trens. Eles chegaram a Porto Alegre sem inspeção de entrega,
por má-fé dos administradores ou por inépcia mesmo. Dos quinze trens (mais de
R$ 280 milhões), apenas quatro funcionam. Os onze restantes têm problemas de
rolamento, padrão de medidas e até falhas elétricas. Os onze trens não estão
funcionando. Dinheiro público mal gasto.
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