As eleições de 2020 estão a menos de dez meses para acontecer. Outubro é quando o eleitor sai de casa no domingo para digitar o número dos candidatos a vereador e a prefeito. Mas, as eleições começam bem antes. Em março, ocorre a chamada "janela de trocas", quando o Tribunal Superior Eleitoral permite que políticos com mandato possam trocar de partido sem nenhum problema. Em março começam as articulações, para valer, de como irão para a urna as diferentes forças políticas. Neste texto, destacam-se três preocupações que os líderes políticos terão pela frente nas eleições 2020: a eleição sem coligações para os cargos legislativos (proporcionais), a desimportância da figura do partido político na votação e a nova regra eleitoral, que garante cadeira para o partido com pouquíssima votação - a chamada sobra.
Tirando os líderes partidários, aqueles mais envolvidos em eleição, os candidatos mais curiosos e um ou outro analista político, poucos estão se dando conta das novidades nas eleições de 2020. Neste ano, o pleito para a escolha de prefeitos e vereadores vai ser diferente de tudo desde que as eleições diretas amplas foram implantadas no Brasil, há menos de 40 anos.
Nestas eleições de 2020, os partidos não poderão fazer coligações para as eleições proporcionais. Para os vereadores, os partidos concorrerão sozinhos, mesmo que na eleição majoritária - para prefeito e vice - possam estar coligados. Ou seja, não haverá mais o fenômeno do candidato "puxador de votos", quando o campeão de votos de um partido acaba elegendo também o pouco votado de um partido da coligação. Em muitos casos, um candidato do mesmo partido do campeão - com mais votos - ficava de fora, entrando um candidato - com menos votos - de um partido menor coligado.
Esta é primeira preocupação.
Os partidos, todos eles, precisarão ter em suas nominatas candidatos fortes, com consolidado histórico de votação. Tudo para não correr o risco de perderem cadeiras ou até mesmo ficarem de fora das câmaras municipais.
O outro fator, introduzido já para a eleição de 2018, foi o efeito "sobra". Ele surgiu a partir da minirreforma que mudou o quociente partidário, tirando a fração após a vírgula.
É a segunda grande preocupação.
Por fim, depois da eleição do presidente Jair Bolsonaro, ficou muito claro para o eleitorado brasileiro, em sua maior parte, que os mais de trinta partidos no Brasil têm sua importância questionada. Ora, pois. Jair Bolsonaro, em março de 2018, estava sem partido. Em seguida, filiou-se ao nanico Partido Social Liberal (PSL), tido em muitos estados como partido de aluguel.
A estadia de Bolsonaro no PSL não suportou dez meses de mandato. Brigas, acusações de laranjais e outros quetais tornaram insustentável a parceria. Hoje, no início do ano da eleição, o presidente não tem partido, tem um rascunho, que é o Aliança Pelo Brasil.
Fora a questão de Bolsonaro e PSL, há uma quantidade de lideranças no Brasil hoje com problemas com seus partidos. Há poucos que se mantêm fiéis às legendas com as quais se elegeram. Muitos já trocaram mais de uma vez de partido e ficam - ainda neste início de ano eleitoral - sem uma sombra para amarrar seu cavalo.
As eleições de 2020, com esses três elementos novos - por enquanto -, vão ser bastante divertida.
Nestas eleições de 2020, os partidos não poderão fazer coligações para as eleições proporcionais. Para os vereadores, os partidos concorrerão sozinhos, mesmo que na eleição majoritária - para prefeito e vice - possam estar coligados. Ou seja, não haverá mais o fenômeno do candidato "puxador de votos", quando o campeão de votos de um partido acaba elegendo também o pouco votado de um partido da coligação. Em muitos casos, um candidato do mesmo partido do campeão - com mais votos - ficava de fora, entrando um candidato - com menos votos - de um partido menor coligado.
Esta é primeira preocupação.
Os partidos, todos eles, precisarão ter em suas nominatas candidatos fortes, com consolidado histórico de votação. Tudo para não correr o risco de perderem cadeiras ou até mesmo ficarem de fora das câmaras municipais.
O outro fator, introduzido já para a eleição de 2018, foi o efeito "sobra". Ele surgiu a partir da minirreforma que mudou o quociente partidário, tirando a fração após a vírgula.
É a segunda grande preocupação.
No cálculo do quociente, despreza-se a fração – se o resultado da divisão for 5,8, o quociente partidário é 5. Isso significa que o partido terá direito a cinco vagas. As cadeiras que restam são chamadas sobras, e a divisão atende a um critério um pouco mais complexo, mas ainda baseado no quociente partidário.
Antes de 2018, quem não atingia o quociente partidário maior que 0 estava eliminado da divisão das sobras. Isso, em geral, excluía logo de cara partidos menores que concorriam sozinhos.
Desde 2018, porém, essa regra mudou, e todos participam da repartição das sobras. Foi essa mudança que garantiu que a Rede conseguisse eleger sua única deputada federal, Joênia Wapichana (RR).
Por fim, depois da eleição do presidente Jair Bolsonaro, ficou muito claro para o eleitorado brasileiro, em sua maior parte, que os mais de trinta partidos no Brasil têm sua importância questionada. Ora, pois. Jair Bolsonaro, em março de 2018, estava sem partido. Em seguida, filiou-se ao nanico Partido Social Liberal (PSL), tido em muitos estados como partido de aluguel.
A estadia de Bolsonaro no PSL não suportou dez meses de mandato. Brigas, acusações de laranjais e outros quetais tornaram insustentável a parceria. Hoje, no início do ano da eleição, o presidente não tem partido, tem um rascunho, que é o Aliança Pelo Brasil.
Fora a questão de Bolsonaro e PSL, há uma quantidade de lideranças no Brasil hoje com problemas com seus partidos. Há poucos que se mantêm fiéis às legendas com as quais se elegeram. Muitos já trocaram mais de uma vez de partido e ficam - ainda neste início de ano eleitoral - sem uma sombra para amarrar seu cavalo.
As eleições de 2020, com esses três elementos novos - por enquanto -, vão ser bastante divertida.
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