Bolsonaro
é um excelente comunicador. Não é à toa que está há mais de 20 anos na vida
pública, sempre sendo eleito. Vai na contramão da opinião pública do
politicamente correto. Sempre. E sempre conquistando mais votos. Desde os
tempos em que era vereador no Rio de Janeiro até chegar à Presidência da
República.
Ele é
um excelente comunicador e isso foi provado na manhã do dia 7 de julho, quando
chamou um repórter da CNN Brasil na varanda do Palácio da Alvorada e confirmou
que testara positivo para o corona vírus. No dia anterior, Bolsonaro havia tido
quase 39 graus de febre, um desconforto muscular e cansaço, sinais de que
poderia ter contraído o vírus chinês. Ele falou abertamente ao repórter, não
escondeu nada dos seus sintomas de falou que é um “Presidente linha de frente”,
não poderia, segundo ele, deixar de ir ao encontro de populares nos arredores
de Brasília ao longo da pandemia.
Assim
como dois outros líderes mundiais que foram infectados pelo corona vírus,
Bolsonaro tirou o assunto de letra junto à opinião pública. Tem falado
abertamente e mantido a sua narrativa que tanta polêmica criou desde o início
da pandemia: o uso da cloroquina – remédio usado contra a malária e o lúpus –
para o tratamento da Covid-19.
Mesmo
com toda a imprensa brasileira – toda – dizendo que “não há evidências
científicas que comprovem a eficácia da cloroquina”, o fato de Bolsonaro estar
infectado e dizer que está usando cloroquina desencadeou uma poderosa onda em
todo o Brasil de médicos revelando que estão usando o medicamento. Um coquetel
com cloroquina, azitromicina, ivermectina e o zinco vem sendo ministrado por
diversos médicos em praticamente todos os estados brasileiros desde domingo,
dia 5 de julho. E, pelo jeito, tem dado certo. Ao que tudo indica, a “curva da
morte” no Brasil, o número diário de mortos por Covid-19 tem diminuído no país.
O
episódio da contaminação pelo corona vírus pode catapultar a imagem de Jair
Bolsonaro na opinião pública que votou nele. Vai sair curado e é bem provável que vá consolidar
boa parte dos seu eleitorado pelo perfil de “cabra macho”, que não se mixou
para uma facada e nem mesmo para o vírus. E ainda vai poder dizer que o
remédio, que tanto desgaste à sua imagem teve lá no início da pandemia, é coisa
boa e dá resultado.
Os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Inglaterra, Boris Johnson, também foram infectados pelo corona vírus e passam bem. Ambos saíram fortalecidos junto à opinião pública de seus países. (Miguelito Medeiros)
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