João Dória (foto: Governo de São Paulo) |
João Dória não aplicou na política toda sua habilidade de atrair
gente importante, fazer relações públicas e promover negócios. Não conseguiu
imprimir todo sucesso que tem frente à sua Lide, uma empresa que faz eventos e
enaltece as grandes iniciativas empresariais brasileiras. João Dória foi um
sucesso efêmero na política brasileira. Em 2016 conseguiu encantar o PSDB paulistano
e tornou-se o prefeito da cidade mais populosa e importante do Brasil.
Dois anos depois, renunciou ao mandato de prefeito e
candidatou-se a governador de São Paulo. Ganhou. Realmente, um caso de sucesso
para alguém que nunca havia colocado seu nome à avaliação do voto popular.
João Agripino Dória, filho de deputado nordestino, tinha
tudo para continuar em uma carreira ascendente dentro da política. Bonito,
ajeitado e estiloso. Todos querem ser João Dória. Além dos atributos de beleza,
o homem é um sucesso de marketing. E, no governo de São Paulo, foi o cara que
trouxe a primeira vacina para o Brasil. Descontado o fato de ser uma vacina
chinesa de eficácia mediana, a vacina de João Dória funcionou e foi a pioneira.
No entanto, apesar dos atributos de beleza, da genialidade
do marketing e do pioneirismo da vacina,
Doria não encantou os paulistanos. Em determinado ponto de 2021, ali entre
julho e setembro, sua popularidade não avançou. Os paulistas não gostaram do
protagonismo e da onipresença de Dória. O resultado: o Governador estagnou em
baixíssimos índices nas pesquises de popularidade.
Mesmo assim, João Dória, com uma infantil insistência, foi
para as prévias nacionais do PSDB que indicariam o pré-candidato do partido às
eleições presidenciais de 2022. Dória foi o mais votado e ganhou a prévia. No
entanto, não ganhou o coração do tucanato, que buscava outro candidato mais,
digamos, “viável”. A pressão foi tamanha que Dória, em junho de 2022, desistiu
da disputa e anunciou que iria dar um tempo na política.
A saga de Dória, iniciada com sua eleição para a prefeitura de
São Paulo em 2016, é caso de estudo dos que se ocupam do marketing político. Um
cara que tinha tudo em suas mãos e que conseguiu derreter seu patrimônio
político num período menor que um ano.
Política é para vocacionados. (Miguelito Medeiros, consultor
de marketing)
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