O turismo, o café e o marketing das nações


Café colombiano (Foto: civitatis.com)



Sempre vi o Brasil como um excelente destino turístico. Fora de série mesmo. Com sua diversidade de gentes, sotaques, culturas e comidas distribuídas por um território maior que a Europa Ocidental. O Brasil é gigante e tem de tudo: paisagens rurais, praias maravilhosas, natureza selvagem, recantos escondidos nas aldeias das serras, imensidões minimamente habitadas e um conjunto de cidades maravilhoso. São Paulo é espetacular.

Mesmo com todos esses atributos, o Brasil ainda amarga uma lanterninha na lista dos países que mais recebem turistas nos últimos anos. Dependendo da fonte e da contagem, o Brasil fica na quadragésima posição. São 39 países que recebem mais visitantes que o Brasil.

A França, tradicionalmente, ocupa disparada a primeira posição.

O México, com todos os problemas de narcotráfico e seus cartéis, consegue ser o segundo maior destino turístico mundial, disputa acirrada com os vizinhos Estados Unidos. 


Vamos falar de café


A Colômbia é o terceiro maior produtor de café do mundo. Disputa com a Indonésia, ano a ano, a consolidação no terceiro lugar do ranking. Em segundo lugar na lista está o Vietnã, que vem produzindo mais e melhor café nos últimos vinte anos


Maiores produtores de café

- Brasil - 2,3 milhões de toneladas

- Vietnã - 1,65 milhões de toneladas

- Colômbia - 810 mil toneladas

- Indonésia - 660 mil toneladas


Mesmo sendo o terceiro produtor no ranking do café, a Colômbia colhe um "fruto" turístico muito importante em relação ao grão. O café colombiano tem um trabalho de marketing fantástico nos últimos quarenta anos. Tão fantástico que muita gente ao redor do mundo pensa que a Colômbia é a produtora mais importante. 

O marketing, gente, o marketing. Um conjunto de estratégias que vem dando certo na Colômbia, trazendo turistas e agregando um valor inestimável ao seu café. A imagem do cafeicultor bigodudo andando de mula pelos cafezais nas montanhas está na mente de quem gosta de café ao redor do mundo. Um trabalho de melhoria contínua de imagem feito com excelência e qualidade ao longo dos anos. 

Deu certo. A Colômbia hoje goza de uma imagem maravilhosa de seu café. Um quilo de café colombiano solúvel em um supermercado de Porto Alegre está custando R$ 200,00, em média. E tem venda. 

México e Colômbia. Dois países com problemas de narcotráfico, violência política e atuação de cartéis. Mesmo assim, ambos estão sendo competentes em reposicionar sua imagem. México no turismo e Colômbia como produtora de café. Exemplares.

O Brasil, gente boa, poderia seguir pelo caminho de um reposicionamento global. Talvez seja a hora de lideranças brasileiras pararem de falar mal do próprio país.

O ano de 2023 começou muito ruim. Com ministras e ministros brasileiros falando mal do Brasil. Falando que fazemos horrores com os índios, com o meio ambiente e temos metade da população faminta. Além disso, ainda passamos o pires para os países ricos. Pedindo dinheiro para cuidarmos das nossas matas. 

Está na hora de falarmos bem do Brasil, convidar o mundo para fazer turismo aqui. Dessa forma, gerando renda, empregos e oportunidades de negócio. O esforço vai ser recompensado. (Miguelito Medeiros, consultor de marketing)


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