Coreia do Sul lança foguete com tecnologia própria

 

O foguete Nuri na plataforma de lançamento

Na semana passada, a Coreia do Sul enviou o foguete Nuri ao espaço, em uma demonstração muito efetiva de que o pequeno país do Extremo Oriente busca se consolidar como integrante do seleto clube de países que fazem seus próprios satélites e os enviam para órbita com seus próprios meios. O programa espacial sul-coreano, que é misto entre militares e civis, tomou tração nos últimos quatro anos. Em 2021, o programa teve um revés, quando outro Nuri teve seu lançamento comprometido pela falha de um dos motores. O aparato não alcançou a órbita e foi inutilizado.

Pois, agora em maio, os sul-coreanos conseguiram enviar seu foguetão de 200 toneladas de peso e 47 metros de altura. Levou um satélite e dezenas de outros experimentos ao espaço. A busca dos cientistas do país é que a Coreia do Sul seja um jogador importante no seleto mercado dos países que lançam satélites comerciais ao espaço. Com seus foguetes Nuri de tecnologia própria. 

O programa espacial dos sul-coreanos não pára no lançamento de satélites. Eles buscam enviar um equipamento não-tripulado à Lua em 2030. Seria uma sonda para coleta de material e pesquisa sobre radiação solar na superfície lunar. 

Aqui é importante lembrar que o foguete foi lançado da base espacial da Ilha de Naro, no sul da Coreia. Bem distante da linha do Equador. Lançamento perfeito de uma distância muito, muito longe da linha que separa os hemisférios. Um fato que põe por terra a alegada "vantagem" que o Centro de Lançamento de Alcântara, no nosso Maranhão teria por estar praticamente na linha do Equador. 

Os sul-coreanos vão ainda lançar mais foguetes este ano da base de Naro.

O que choca nesta história é que o programa sul-coreano de lançamento de foguetes tem pouco mais de quinze anos. E o nosso, aqui no Brasil, remete à década de 1960 e ainda, literalmente, não consegue decolar. 

Os coreanos, gente amiga, praticamente não tinham país em 1950, quando a península foi destruída pela guerra da Coreia que dividiu o território entre o norte comunista e o sul capitalista. E foi a Coreia do Sul que se desenvolveu e hoje tem marcas prórias importantes nas indústrias aeroespacial, bélica, automotiva, eletrônica e, cada vez mais relevante nos últimos anos, cultural. O chamado K-pop, o estilo musical com adolescentes cantando e dançando tem conquistado cada vez mais fãs ao redor do mundo. (Miguelito Medeiros, consultor de marketing, comuniação & política)