Artigo de Opinião do Presidente da
Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs),
Dr. Gerson Junqueira Jr.
Em 2024, chegamos a um marco significativo para a Medicina brasileira: ultrapassamos a marca de 600 mil médicos em todo o país, com um contingente de quase 38 mil profissionais atuando em solo gaúcho. Entretanto, esses números devem ser analisados à luz das transformações e desafios que permeiam nosso sistema de saúde.
A expansão desenfreada de cursos de Medicina no Brasil aponta para uma projeção assombrosa: até 2035, estima-se que alcançaremos a marca de 1 milhão de médicos. Esta perspectiva, por si só, levanta questões cruciais sobre a formação, distribuição e qualidade desses profissionais em nosso país.
Outras projeções igualmente relevantes merecem nossa atenção. Primeiramente, observamos uma clara tendência de feminização da Medicina, com as mulheres assumindo a maioria entre os médicos brasileiros a partir deste ano. Além disso, mais de 85% dos médicos do país terão menos de 45 anos, sinalizando uma renovação geracional na profissão.
No entanto, uma das preocupações mais urgentes diz respeito à defasagem entre o número de egressos dos cursos de Medicina e as vagas de Residência Médica disponíveis. Esta disparidade compromete gravemente a qualidade da assistência médica e a resolutividade dos serviços de saúde, já fragilizados em muitas regiões do país.
Diante desses desafios, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) manifesta sua preocupação e inquietação. Com esse espírito de compromisso e responsabilidade que seguimos trabalhando, em busca de soluções que garantam uma Medicina de qualidade para todos os brasileiros. Juntos, enfrentaremos os desafios do futuro, assegurando que a saúde de nossa população seja tratada com a dignidade e a excelência que merece.
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