Cada vez mais restritiva, a legislação eleitoral brasileira diminui, ano a ano, o período em que os candidatos podem fazer campanha para pedir o voto. Neste ano de 2024, o tempo para a propaganda eleitoral é de pouco mais de 45 dias. Um mês e meio de dias corridos.
Para quem está na oposição, a situação é complicada. É uma diferença muito grande para quem já está no mandato. Para quem já exerce o comando da prefeitura ou tem um assento na câmara de vereadores, a coisa fica mais fácil.
O sistema foi montado para isso. Ele beneficia quem está no poder. Mesmo com todos os argumentos usados para tentar justificar esse período curtinho de propaganda, a gente sabe que o negócio é beneficiar quem está no comando.
Pois bem. O desafio está lançado. O tempo é curto. Mas é curto para todos os pretendentes. Quem está no poder e quem quer entrar.
A boa notícia é que dá para fazer coisas antes do período oficial da campanha. O que não dá é para ficar justificando a falta de iniciativa com o pouco tempo de campanha.
Tem que trabalhar. Colocar as ideias em prática. Fazer-se conhecido, convencer o maior número de pessoas que o candidato, ou pré-candidato é uma figura capaz de trazer algum benefício para uma parcela grande da comunidade. Em suma, isso é convencer eleitores a irem num domingo até uma sessão de votação e digitar o número do candidato.
O horário eleitoral gratuito em rádio e TV que abrange todos os candidatos, partidos e coligações, começa no dia 30 de agosto e tem sua última inserção no dia 3 de outubro.
Não tem emissora de televisão aberta em todos ao mais de 5 mil municípios brasileiros. Significa que os eleitores de muita cidades vão ver a propaganda eleitoral gratuita do município vizinho.
Entretanto, temos a internet.
Cada vez mais temos a certeza de que este invento fantástico amplia e ainda vai ampliar muito a nossa capacidade de comunicação, de fazer nossa mensagem chegar a um número crescente de destinatários.
E não são apenas destinatários. Quem, como eu, tem lá seus cinquenta anos de idade, tem um pouco de dificuldade de entender... não são apenas "destinatários". São pessoas que vão interagir, discordar do seu ponto de vista e vão publicizar essa discordância.
Isso é interação e engajamento.
São as duas coisas que o candidato - especialmente aquele que está de fora e querendo entrar no mandato - precisa colocar em pauta e em prática.
Interação e engajamento. Na primeira, a pessoa vai trocar ideias com a sua mensagem e com você. No engajamento, o "destinatário" vai comentar, curtir, compartilhar. Gostando ou não, ela vai engajar.
Talvez até haja o compartilhamento, mas com uma mensagem que não seja lá tão positiva. Coisas do tipo "veja o que este idiota está publicando" tem o poder de tornar o engajamento algo bastante negativo.
Voltando ao calendário eleitoral.
A propaganda eleitoral está permitida a partir de 16 de agosto. Podem ser distribuídos panfletos na ruas, material na internet, comícios, carreatas, reuniões públicas, caminhadas e distribuição de material físico.
Com inteligência, disposição, muito trabalho e uma pitada de criatividade, é possível fazer chegar a mensagem do pré-candidato ainda antes do período eleitoral. É preciso ficar atento às regras, para não cair na transgressão e propaganda política antecipada. Mas é possível com todas as possibilidades que a internet oferece. Fazer vídeos diários, por exemplo, já é um bom começo. (Miguelito Medeiros, consultor de Marketing, Comunicação & Política)
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